
O tenente-coronel Raul de Souza apresentou dados sobre a investigação do acidente nesta segunda (26)
José Cruz/Agência Brasil
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa) descartou algumas das hipóteses sobre o que teria
causado o acidente aéreo que vitimou, no dia 13 de agosto do ano
passado, em Santos, São Paulo, sete pessoas – entre elas o então
candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Uma das
possibilidades com as quais trabalham os investigadores é a de falha
humana ou operacional, mas isso só poderá ser confirmado com o avançar
das investigações.
Coordenador da investigação, o tenente-coronel Raul de Souza informou
que até o momento “não há conclusão” sobre o acidente e que, terminada a
fase de coleta de dados, “nenhuma hipótese foi criada” sobre o acidente
com a aeronave PR-AFA. Apesar de, até o momento, a Aeronáutica não ter
apresentado oficialmente algo mais conclusivo sobre a causa do acidente,
o chefe do Cenipa, brigadeiro Dilton José Schuck, disse que, nas
investigações primárias, constatou-se que, apesar de habilitada pela
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a tripulação da aeronave
[piloto e co-piloto] “não tinha concluído o treinamento específico de
transição” da aeronave Cessna C-560 para o modelo envolvido no acidente
(C-560 XLS+).
Segundo o brigadeiro, uma portaria da Anac publicada no dia 3 de
julho de 2014 previa a necessidade desse treinamento. “Mas isso pode
apontar apenas uma condição de risco e não pode ser apontado como a
causa do acidente”, enfatizou Schuck, pouco antes de informar que o
piloto, após arremeter o pouso, "fez trajeto diferente do previsto na
carta [de voo]".
No balanço apresentado pelo Cenipa, o tenente-coronel descartou
algumas hipóteses sobre a causa do acidente. Segundo Raul de Souza, não
houve colisão com aves, nem com veículos aéreos não tripulados (Vant),
como drones. As investigações indicam ainda que o primeiro impacto
ocorreu na parte de baixo da aeronave. Também foi descartada a
ocorrência de incêndio durante o voo ou colisão com obstáculo em voo.
Na segunda fase de investigações, iniciada após a coleta de dados, as
informações obtidas serão analisadas e as conclusões finais sobre o
acidente só serão apresentadas ao final da terceira fase. Segundo as
autoridades, não há ainda previsão sobre quando isso acontecerá.
Agência Brasil
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