O que já
estava ruim ficou um pouco pior. Depois dos reajustes de taxas e redução
drástica do teto de financiamento de imóveis usados oferecido pela Caixa
Econômica Federal (CEF) para 50%, grandes bancos privados também elevaram
juros. As reações – que já eram esperadas – começaram na última semana e
dificultaram as perspectivas para a compra da casa própria neste ano. Agora, a
diferença entre os juros oferecidos entre os bancos pode chegar a pouco mais de
2%.
A
elevação de taxas por bancos privados já era esperada desde abril, quando a CEF
anunciou as novas regras de financiamento. Por oferecer mais facilidades, a
Caixa tornava a oferta de crédito mais concorrida, forçando outras instituições
a apresentarem condições competitivas. Com a exigência de 50% do valor do
imóvel como entrada para o financiamento de imóveis usados de até R$ 650 mil, o
investimento através da Caixa ficou inacessível para muitos compradores, dando
espaço para os outros bancos elevarem suas taxas.
O Itaú,
por exemplo, reduziu o percentual de financiamento de 80% para 70% para imóveis
residenciais novos ou usados (o percentual não afeta os imóveis comerciais). Em
nota, o banco não detalhou as mudanças em relação às taxas e justificou as os
ajustes como “necessários para manter o ritmo da nossa operação, garantindo o
atendimento às necessidades dos nossos clientes em um momento de aumento de
demanda do produto no mercado”.
O banco
não informa a taxa que cobra atualmente pelo financiamento, mas, de acordo com
o Canal do Crédito – site especializado na
comparação de produtos financeiros – ela passou de 11,6% para 10,4%, redução
que foi possível graças à diminuição do percentual financiado.
Já o
Santander informou que está trabalhando com taxas a partir de 10,1% (dependendo
do relacionamento com o cliente), mas o Canal do Crédito usa em seus cálculos o
percentual de 11,5% nas taxas de balcão da instituição. Já o Brasdesco mantém os
juros em 9,8% desde o último dia 7. Antes disso, a taxa era de 9,6%.
Todos os
valores usados nas simulações do Canal do Crédito são referentes às taxas de
balcão, aquelas apresentadas aos clientes que não possuem um relacionamento
prévio com a instituição credora. No caso de bons clientes, os bancos tendem a
oferecer juros menores, e, da mesma forma, taxas maiores aos endividados. O
Canal do Crédito realizou uma simulação do financiamento de imóveis nos valores
de R$ 300 mil e R$ 500 mil para o mesmo perfil de comprador, comparando as
taxas dos principais bancos (confira abaixo a tabela de simulação).
Pra
comparar as vantagens, o comprador deve ficar atento ao Custo Efetivo Total
(CEF), percentual que inclui todos os encargos decorrentes do empréstimo. Mesmo
com as restrições, a Caixa ainda oferece o menor custo nas duas simulações, mas
é preciso oferecer metade do valor do imóvel como entrada. Quem não tem o
dinheiro na mão precisa avaliar os demais bancos e negociar. Nas duas simulações,
as melhores condições entre os privados ficam com o Bradesco.
Do JC
online
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