Alvos de processos disciplinares por
causa das mobilizações dos últimos meses, três líderes de associações de
policiais militares foram afastados das suas funções pela Secretaria de Defesa
Social de Pernambuco (SDS). A portaria assinada pelo secretário Ângelo Gioia
foi publicada no boletim geral da pasta nesse sábado (18) e é referente a uma
decisão da sexta-feira (17), dia em que foi anunciada a troca de comando na
corporação e na Polícia Civil do Estado.
Os alvos foram o presidente da
Associação de Cabos e Soldados, Albérisson Carlos da Silva, e o vice-presidente
da entidade, Nadelson Leite Costa, além de Vlademir Leite Costa, presidente da
Associação dos Militares Estaduais (AME).
Gioia afastou os três PMs por 120
dias, podendo prorrogar a punição por mais quatro meses se os processos
disciplinares contra eles não tiverem sido concluídos nesse prazo. Na portaria,
o secretário afirma que o afastamento é necessário "à garantia da ordem
pública" e à condução das investigações contra eles. O três deverão
devolver a identificação funcional e as armas e munições.
Em coletiva de imprensa após a troca
dos comandos, Gioia havia defendido que o governo Paulo Câmara (PSB) dê
"respostas duras" a movimentos de PMs. "Forças policiais não
podem fazer greve. Ninguém tenha dúvida de que o Estado estará duro com quem
apostar no caos. Não reconheço essas pessoas como representantes de nada nem de
ninguém. Jamais pautariam ações do Governo do Estado", disse o
secretário.
AUMENTOS
O coronel Carlos D'Albuquerque deixou
o comando da PM após dois meses de negociações com os secretários da gestão
estadual para chegar ao plano de reajustes sancionado na última quinta-feira
(16) por Paulo Câmara. Os aumentos são de 25% a 40% até 2018. Reivindicando
salários equiparados aos dos policiais civis, os militares protestaram em
frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) após a aprovação da lei
gritando "Não vai ter Galo!", em referência ao Carnaval. Na reunião
com o secretariado desse sábado (19), o governo garantiu que haverá policiamento
durante os dias de festa.
Os PMs estão em 'operação padrão'
desde o início de dezembro, sem cumprir o programa de jornadas extras e,
portanto, reduzindo o efetivo nas ruas. O Estado chegou a pedir o apoio das
Forças Armadas no fim do ano passado. Albérisson Carlos e Nadelson Leite, dois
dos três policiais afastados, chegaram a ser presos durante uma assembleia dos
policiais no dia 9 de dezembro, mas foram soltos dois dias depois.
Do JC
Imagem JC
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